Entrevista com Talita Miranda

Graduada em Engenharia Civil na Universidade Federal do Rio Grande (2006), mestre em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2008) e doutora em Engenharia Civil - ênfase em Geotecnia - pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013). Possui experiência na área de Geotecnia e Geomecânica, já atuou como ATO em escavação de túnel raso na área urbana de Salvador e como pesquisadora no Grupo de Tecnologia e Engenharia de Petróleo (Departamento de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) nos seguintes temas: P&D em Geopressões, especificamente na determinação das tensões in situ, análise de estabilidade de poços de petróleo com vista à obtenção da Janela Operacional para a perfuração e desenvolvimento de software para o monitoramento em tempo real de perfuração de poços destinada estabilidade. Atualmente é professora no Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e tesoureira do CBMR no biênio 2021/22.

1.    Por que a carreira em Mecânica de Rochas? Qual a principal motivação?

Meu primeiro contato com a Mecânica das Rochas foi durante o doutorado na COPPE/ UFRJ, onde tive o prazer de ser aluna da professora Anna Laura L. Nunes. A maneira como ela lecionou os conteúdos, conciliando a teoria e prática, me encantou pelo tema. Na sequência, fui desafiada a trabalhar no acompanhamento técnico da escavação de um túnel raso em área urbana na cidade de Salvador. Posteriormente tive a oportunidade de trabalhar e aprender com o professor Sérgio Fontoura e a Vivian Marchesi no GTEP/PUC-Rio com pesquisa e desenvolvimento na área de estabilidade de poços de petróleo. Estas experiências despertaram a paixão profissional pela Mecânica das Rochas.

2.    Uma situação inusitada por que passou em sua carreira profissional?

Sempre encontrei e certamente vou encontrar situações desafiadoras profissionalmente. Mas a situação mais inusitada que vivi, foi quando participei da organização da primeira edição do jogo RockBowl no Simpósio Brasileiro em Goiânia (2014). Tínhamos organizado o jogo, mas nenhum dos organizadores tinha ideia do que poderia acontecer. O primeiro desafio foi conseguir o auditório principal para a fase final do jogo, pois na primeira etapa a sala ficou superlotada. Depois veio o “medo” de que não tivesse público já que o horário do jogo foi alterado para além do horário oficial do congresso. O “pavor” se deu quando olhei para trás e vi o auditório cheio, eu controlando a mesa de som (nesta hora eu era o equivalente ao DJ ALOKI na minha percepção) e eu nunca tinha feito isto na vida! No final o jogo foi um sucesso e encanta aos jovens geotécnicos na Mecânica das Rochas!

3.    Como decidiu entrar para a diretoria do CBMR? Quais os seus anseios na condução do comitê?

A primeira vez que participei da diretoria do CBMR foi por convite do professor Sérgio Fontoura na função de tesoureira em 2013/14.  Posteriormente a Vivian Marchesi (atual presidente) me convidou para fazer parte da chapa novamente na tesouraria para a gestão 2021/22. Por fim, fomos eleitos e temos como principal desafio difundir cada vez mais a Mecânica das Rochas através do Comitê,  realizar parceria e estreitar o relacionamento com os associados.

4.    Deixe uma breve mensagem às demais mulheres geotécnicas/mecanicistas de rochas

São muitos os desafios para todos que se aventuram na área da Mecânica das Rochas, independentemente do gênero, então a mensagem que deixo para todos é busquem no CBMR apoio para desenvolver suas carreiras profissionais e acadêmicas! Tenho certeza que encontrarão apoio, conselhos e farão bons amigos.