Entrevista com Marcos Massao Futai

1.    Mini CV e foto para ilustração da matéria

Professor Associado da Escola Politécnica da USP, onde realizou sua Livre docência (2010). Fez pós-doutorado e foi pesquisador visitante na Universidade de Cambridge (2015-2016). Mestre (1997) e Doutor (2002) pela COPPE-UFRJ. Graduado em Engenharia Civil na UFMT (1995). Tem mais de 150 publicações em periódicos, congressos e capítulos de livros. Tem 28 orientações de mestrado (24) e doutorado (4) concluídas e outras 10 em andamento. Conta com projetos de pesquisa financiados por órgãos de fomento e principalmente investimentos de empresas. Atua em geotecnia aplicada em obras de infraestrutura em pesquisa e consultoria. 

2.    Por que a carreira em Mecânica de Rochas? Qual a principal motivação?

Minha formação acadêmica foi na área de Mecânica dos Solos. A migração para área de Mecânica das Rochas foi induzida pela busca de inovação e essa é uma área muito promissora e desafiadora. Meu ingresso na Mecânica das Rochas foi extemporâneo e, por isso, tive que ser um pouco autodidata, o que é normal na carreira acadêmica, mas sempre tive muita ajuda dos amigos. Há muita oportunidade na área de Mecânica das Rochas, os desafios são maiores, os ensaios são mais sofisticados, os modelos computacionais são mais complexos. Posso resumir que minha motivação é a perseguição por novos desafios, pela inovação e para se ter uma equipe motivada e, a Mecânica das Rochas me proporciona tudo isso.

3.    Houve alguma situação inesquecível (ou curiosa/ inusitada) na sua atuação em rochas, que gostaria de compartilhar com o público?

A Mecânica das Rochas na Engenharia Civil da Poli era de responsabilidade do falecido Prof. Milton Kanji. Desde que ele se aposentou não tivemos mais pesquisas nessa área na área de infraestrutura civil. Eu deixo aqui registrada uma Homenagem pessoal ao meu Amigo Kanji. Ele me incentivou muito e foi um conselheiro muito próximo nos primeiros anos da minha atuação em Mecânicas das Rochas. O Prof. Tarcísio Celestino da EESC/USP também contribuiu e tem contribuído muito na formação dos meus orientados, pois ele transmite suas aulas de Mecânica das Rochas e Túneis para nossos alunos de pós-graduação em Engenharia Civil da Poli. Eu comecei a montar infraestrutura em Mecânica das Rochas em 2010 do nada e hoje podemos desenvolver pesquisas experimentais em laboratório, campo, inspeção, monitoramento e modelagem computacional de alto nível. Uma das primeiras dissertações de mestrado defendidas com tema de rochas foi do Pedro Cacciari (2014). Ele recebeu o Prêmio Icarahy da Silveira da ABMS estudando um Túnel em Maciço Rochoso Fraturado por Investigação Geológico-Geoténica e Análise pelo Método dos Elementos Distintos. Essa premiação me deixou muito contente, primeiro pelo reconhecimento do mérito do Pedro e, também, porque mostrou que estávamos no caminho certo. As várias publicações nos principais periódicos internacionais relacionados com Mecânica das Rochas é outro reconhecimento pelos pares, que conseguimos manter o legado de Mecânica das Rochas introduzido na Engenharia Civil da Poli pelo Kanji.

4.    Como decidiu entrar para a diretoria do CBMR? Quais os seus anseios na condução do comitê?

Eu ingressei no CBMR incentivado pelo Prof. Sérgio Fontoura e a convite do Prof. Lineu, ex-presidente do CBMR, para participar da Diretoria na gestão passada. A Dra. Vivian (atual presidente do CBMR) me convidou para continuar na atual diretoria. Na atual gestão eu revigoro as energias trabalhando com os demais membros da diretoria que, são todos jovens e de extrema competência. Confesso que tenho que correr um pouco para acompanhar o pique deles.

5.    Deixe uma breve mensagem aos demais associados do comitê.

O CBMR tem intensão de se modernizar continuamente para acompanhar as mudanças que estão ocorrendo em todas as áreas do conhecimento e, que não será diferente na Engenharia de Rochas. Haverá grandes mudanças na forma de ensinar e aprender, de como serão feitos trabalhos e negócios e, por isso, será fundamental que o Comitê acompanhe influências da transformação digital. A captação dos jovens engenheiros, mestrandos e doutorandos para atura em Mecânica das Rochas é importante para suprir a necessidade desses profissionais no mercado de trabalho e da academia. Se quereremos formar engenheiros capacitados para atuar em Engenharia de Rochas, precisamos de professores para formá-los. Demandamos apoio de todos os associados para pode ampliar e fortalecer o CBMR.