Entrevista com Márcio Fernandes Leão

1.    Mini CV e foto para ilustração da matéria

Pós-Doutor em Geotecnia pela UFV (2019), Doutor em Geologia de Engenharia pela UFRJ (2017), Doutorando em Geotecnia pela UERJ, Mestre em Geotecnia pela UERJ (2015), Mestre em Geologia de Engenharia pela UFRJ (2011), possui MBA em Gestão de Projetos pela USP (2015) e, Bacharel em Geologia pela UFRJ (2007). Geólogo com 14 anos de experiência em planejamento de obras de arte de engenharia civil, nacionais e internacionais. É Docente de Graduação e Pós-graduação. É Pesquisador Colaborador da UFV e Consultor nas áreas de Geologia de Engenharia e Geotecnia, com ênfase em Mecânica das Rochas, Mecânica dos Solos, barragens, túneis, taludes e meio ambiente, investigações de campo e ensaios de laboratório e in situ, bem com instrumentação geotécnica. É Membro de Comissões Técnicas, de Corpo Editorial e Revisor Ad hoc de Periódicos nacionais e internacionais.

2.    Por que a carreira em Mecânica de Rochas? Qual a principal motivação?

Vocês acreditariam se eu disse que foi mero fruto do acaso? Estava na graduação em Geologia a ponto de desistir do curso. Achava pouca aplicabilidade com a vida profissional. Essa necessidade fez com que eu buscasse o preenchimento desse “hiato” bem cedo, com isso fiz muitos estágios. Um dos estágios foi muito marcante pra mim, quando trabalhei na empresa Sondotécnica (RJ). Lá tive contato não apenas com a Mecânica de Rochas, mas também com a Geologia de Engenharia Aplicada. Naquele momento, eu tive a certeza do que gostaria de fazer. Dos 11 profissionais que se formaram na minha turma, apenas eu optei por seguir a Mecânica de Rochas. De lá para cá nunca mais parei. Já são quase 15 anos de uma longa trilha. Trilha essa que ainda percorro, com imenso agradecimento aos profissionais e professores que tive o privilégio de aprender. Hoje, como professor e profissional atuando em empresa, tenho como minha maior motivação os alunos e colegas de profissão, que permitem unir a teoria à prática em distintas aplicações. 

3.    Houve alguma situação inesquecível (ou curiosa/ inusitada) na sua atuação em rochas, que gostaria de compartilhar com o público?

Sim! Até 2016, minha atuação com Mecânica de Rochas era praticamente subsidiar os projetos de engenharia a qual tive oportunidade de atuar. Sempre mantive contato com o meio acadêmico buscando principalmente aprimorar conceitos e aplicá-los. Então, nesse mesmo ano, o Professor Eduardo Marques me informou de um concurso para docente que abriria no Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Viçosa, a qual leciona. Eu nunca havia ministrado aula e sequer havia pensado em virar professor. Mesmo sem o Doutorado concluído decidi aceitar o desafio! Fiquei em segundo lugar, devido à ausência do título. Entretanto, fiquei em primeiro lugar na prova de aula, conquistando quase a nota 10. Ali eu tive a certeza que além de aprender eu poderia ensinar, ou como gosto de dizer aos alunos, trocar conhecimento. Sou muito grato ao Professor Eduardo, que além de amigo e colega de profissão é meu grande mentor. 

4.    Como decidiu entrar para a diretoria do CBMR? Quais os seus anseios na condução do comitê?

Na verdade, eu sempre acompanhei o CBMR nos bastidores. Por iniciativa própria, criei um grupo no Linkedin, em 2012, na intenção de reunir profissionais que desejassem obter um canal de comunicação, cujo objetivo comum são assuntos correlatos à Mecânica de Rochas. Com muito prazer aceitei o convite a integrar o Comitê com grandes nomes que já fazem parte da história do CBMR. Como único Geólogo, vejo que a percepção de como o meio rochoso e seus produtos de intemperismo se comportam, frente à gênese dos materiais geológicos e solicitações de engenharia são questões fundamentais que ainda precisam ser discutidas e entendidas. Essa é apenas uma das muitas vertentes que podem ser exploradas. Minha intenção é trabalhar junto com os demais colegas, possibilitando que estudantes e profissionais tenham contato a Mecânica de Rochas Aplicada. Infelizmente, muitos não tiveram a oportunidade e contato com essa disciplina em seus cursos de formação. 

5.    Deixe uma breve mensagem aos demais associados do comitê.

Somos um grupo jovem, experiente e multidisciplinar. Com essa configuração, buscaremos fortalecer a relação entre nossos sócios e associações pares. Estamos ampliando nossa atuação com a criação do Grupo Jovem. Existem muitos desafios e mudanças. Esperamos que esse primeiro ano da gestão seja um marco para o CBMR. Nesse sentido, os sócios e colaboradores, são primordiais para o cumprimento dos objetivos do Comitê. Contem conosco!